quinta-feira, dezembro 31, 2009

Pegue na Sua Flute e Venha Festejar com Driss

Esperemos que 2010 seja um ano muito especial, tão especial que dê para ver o Prediger a jogar à bola, o Jorge Jesus a citar Aquilino Ribeiro nos túneis ou o Belenenses a garantir a manutenção sem recorrer à sua insigne equipa jurídica.
A todos vós, Driss deseja um 2010 cheio de Sinamas e que mantenham os Pongolles em cima.
Cin-cin!

quarta-feira, dezembro 30, 2009

Época de saldos e devoluções prematuras

Já passaram pela situação de emprestar uma camisola velha a um amigo, mas vê-la prontamente devolvida porque afinal era inútil, tinha defeito, ou porque ele acabou por comprar uma melhor?
São Costa também.

segunda-feira, dezembro 28, 2009

O Facebook de Miguel

"You have the right to remain silent. Anything you say can and will be used against you in a court of law. You have the right to speak to an attorney, and to have an attorney present during any questioning. If you cannot afford a lawyer, one will be provided for you at government expense."

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Doppelgänger, Tomo XXVI












Nuno Lopes é dos actores mais versáteis da nossa praça. Comparo-o a um Carlos Costa, pela forma como tanto desempenha o papel de Bispo como o de Cavalo, neste tabuleiro de xadrez que é o palco da vida. De permeio, podemos ainda apreciar a sua encantadora performance como Dama, absolutamente sem rival - à excepção de Nuno Gomes.
É esta versatilidade, salpicada a toques de génio, que liga estas duas figuras tão lusas: Lopes com os inesquecíveis papéis de "Chato" ou do rústico "tchanam", e Carlos Costa as himself, o auto intitulado "Homem dos Grandes Golos".

Mas curiosamente, o versátil todo-o-terreno ex-Farense não é a ligação mais óbvia de Nuno Lopes com o Mundo da redondinha. Guest starring: António Duarte, ex-Braga.
O stopper da Arrentela assemelha-se claramente a uma tentativa do actor lisboeta de encarnar um guitarrista de uma banda dos anos 70, mas desenganem-se: ele existe, é real - todo ele carne, osso, permanente e bigode. Ou pelo menos já foi.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

O Rei Está Vivo!...

... e este ano actua em exclusivo no grande palco de Santa Maria da Feira, onde efectua maviosos duetos com o não menos icónico Wagnão.
Discos de platina e próteses de prata é o que se espera desta dupla de ouro.

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Sassaricando

- Mamãe, quero jogá uma peladjinha…
- Cala essa boca, muleque! Você tem de se aprumá prá foto pra colocá aí no seu passaportji, ‘tá ouvindo?
- Mamãe, mas eu quero muito batê uma bola…
- Vamo fazê um negócio aí: você tira uma foto rapidjinho e eu deixo você i jogá pra Portugáu na hora.
- Como é meismo?
- É isso aí! Você se mete bonitjinho para a foto e eu libero você, sacou?
- Oba! Valeu!

- NOSSA! VIGE MARIA! Você é um horrô! E eu sou tão bela… Só podji ter sido da transa mal dada que dei com aquele sujeito do boteco!... Sua vovó bem me avisou!...
- Ué? Que tem?
- Que tem? Você 'tá louco?!? Você já viu bem esse sorriso dji múmia, meu filho? Isso é sorriso que se faça para a objetjiva?
- Oi? Então, estou mostrando minha bela dentjição…
- QUI NADA, MULEQUE!! Isso não é sorri, isso é bancá o atrasadjinho, pô! Você é trouxa pra xuxu! E você já viu esse cabelo? Minha nossa! Pareci um microfôni daqueles que o Fernando Pereira usava nos anos 80…
- Fernando quê? Não tô entendendo…
- Você já vai entendê… vou mandar você para um clube qui tem muito sujeito dji bigodji como esse Fernando Pereira... e pelo nômi, o sujeito é primo dele e tudo...
- Como é?
- É isso aí, garoto. Olha aí, seu novo colega dji time… Você vai vê muita gentji iguau lá no Algarvi ou lá como si chama esse treco…

- Nossa… E essi cara aí é legáu? Sei não…
- Não esquenta, filho! Essi cara aí é tão jóia qui ainda vai produzi um filho com o mesmo nome e tudo…
- Sério?
- Sério meismo. É como si você si chamasse Maria Aparecida da Conceição como eu, mas sem bigodji, que isso é coisa brega dji portuguêis meismo.
- Droga, mamãe! Então lá nos Portugáu toda a gentji tem bigodji?
- Não… também há gentji que abusa do géu…
- Do quê?
- DO GEL! Que babaca você é! Você não entedji portuguêis, não? Olha lá que em Portugáu tem muita gente falando portuguêis…
- Ah, géu, agora ‘tou vendo…
- É, géu. Essi aqui pareci que pegou num ouriço-cachêro em véiz dji pegá no boné ao saí dji casa… Veja só…

- Credo! Pôxa, mamãe, os portuguêsis me assustam…
- Não enche o saco, garoto! Você qué jogá futjibóu ou não?
- Quero sim, mas…
- Então você vai ficar quietjinho e fazê o que lhe djigo, ‘tá ouvindo?!? Só num time como o Farensi é que sua feiura vai passá despercebida.
- Sei não… Farensi mi pareci bem, mas os portuguêsis…
- Olha, não é só portuguêis, não. Também tem estrangêro bom dji bola. Esse aqui é o matadô do time… fica frio com ele, ‘tá ouvindo, garoto?

- Como é meismo? Curcitji? Esse cara é bacano?
- É bom qui seja pra você! Se você se descuidá, ele manda um pontapé no meio das suas pernas e você não vai podê gozá mais no resto de sua vida, não! Te aviso: esse cara aí é fogo, não se deixa iludji pelo cabelo dji anjinho, não. Vai sê o primêro cara que você vai djizê olá e o último a djizê adeus todos os dias, ‘tá entendendo?
- E como é o resto lá no Farensi?
- Olha, você se vai dar muito bem. É só você fazê o que sabe. Tem sol, marisco, bunda gorda na praia e djipois… sei lá, você ainda vai pará a outros grandes times, como o Boavista, o União de Lamas… vai ser muito gostoso… e eu sou sua mamãe, acha que te quero máu?
- Oba! Se é assim, mal posso esperá! Quero i já!
- É… é melhor i depressa que esse seu sorriso me está deixando sem jeito meismo… Vai lá e manda grana prá gentji, ‘tá ouvindo?
- Tji amo, mamãe!
- Eu também amo você, garoto.

quarta-feira, dezembro 09, 2009

360º - Pequena Biografia Não-Autorizada de Angulo

O mundo do futebol ainda chora a perda de Angulo. O ex-jogador espanhol era uma espécie de acamado em fase de negação nos últimos tempos e, portanto, deveríamos esperar o pior. Ainda assim, a consternação invadiu toda a tribo da bola, pois todos estávamos convencidos que Angulo seria um gajo tipo Chano, ou seja, que coxearia condignamente até ao final da época. Tal não foi possível.
Vamos lá dar então um lamiré pelo insigne percurso lusitano deste verdadeiro meteorito geriátrico.

30 Agosto 2009 – O Sporting resgata Angulo num blitz demoníaco que alvoroçou todo o jardim onde Angulo jogava à malha. Sim, Angulo seria a nova aventura dos leões pelas terras de nuestros hermanos, depois de pérolas tão bem sucedidas como Toñito, Robaina ou Koke. Foi só uma questão de (não) desafiar a História.
Neste radioso dia, Angulo toca com a sua bengala pela primeira vez no chão de Lisboa e as coisas até começam bem: nos testes médicos revela uma saúde invejável e dispensa mesmo a cadeira-de-rodas. Segundo Angulo, o acordo com o Sporting foi muito fácil: explicaram-lhe a táctica, ele disse que gostou e tumba!, o lar de Alvalade contava com mais um residente. Para disfarçar, disse que vinha ganhar títulos, mas até os responsáveis do Sporting acharam que Angulo tinha ido longe demais nesse desejo – a secreta esperança dos dirigentes era apenas não estourar com o depauperado orçamento em fraldas anatómicas.
Assegurou a camisola 17 por ter “a ilusão de um miúdo de 17 anos”. Tudo bem. As camisolas só vão até ao 99 e, portanto, não era possível ter uma camisola com o número de anos futebolísticos reais de Angulo, que seriam 126, no mínimo. E já se sabe como os velhos são chatos quando começam com aquelas cenas nostálgicas, portanto que ficasse lá com a camisola 17.

13 Setembro 2009 – A mui aguardada estreia de Angulo. E logo a titular. Tinham sido registados alguns movimentos animadores nos últimos tempos, com o substantivo “agitação” a ser conotado com Angulo pela primeira vez nos últimos 75 anos. A ansiedade é grande, mas Angulo, muito experiente, treme apenas devido aos primeiros sinais de Parkinson.
O Sporting recebe o Paços de Ferreira. Ao intervalo está 0-0. Paulo Bento quer mudar as coisas e aposta em alguém para sair. Quem? Angulo, claro está, que adormeceu de boca aberta e a babar-se durante a prelecção do mister. Os adeptos procuravam arranjar desculpas para aquilo que (não) viram durante esses inesquecíveis 45 minutos, onde a bola fora rechaçada em trajectórias indizíveis pelos pés conservados em âmbar de Angulo – a mais comum era “ah, ele vem com falta de ritmo”. Não é de todo verdade: Angulo gostava de dançar o seu charlestonzito de vez em quando, quando a ciática não lhe flagelava muito.

17 Setembro 2009 – Um jogador do quilate de Angulo não poderia ficar arredado das grandes luzes da Europa e portanto são-lhe concedidos 8 minutitos em Heerenveen. Um luxo. E não teve muitos reumatismos no pós-jogo. Angulo, com a sua mística particular, ainda contribuiu para distrair a defesa holandesa com os seus espampanantes truques de deixar a bola sair por entres as pernas pela linha lateral, proporcionando a vitória a Liedson.

21 Setembro 2009Paulo Bento não conhece a palavra “piedade” e, pérfido, insiste em Angulo para a titularidade no jogo contra o Olhanense, nem 10 dias tinham passado após o seus últimos 45 minutos a titular. Foi quase fatal essa opção. Angulo, sobrecarregado, ia tendo um AVC. Paulo Bento, para não ter que queimar uma substituição devido a falecimento ao intervalo, recolhe Angulo para a caminha logo aos 28 minutos com o placard em 0-2. O Sporting ganha o jogo in-extremis e o plantel tenta reconfortar Angulo, dedicando-lhe a vitória. Mas Angulo não ouviu nada: desde o rebentamento de uma bomba durante a Guerra Civil Espanhola que Angulo possui uma audição muito débil, pese embora a dimensão parabólica das suas orelhas. Os adeptos, contudo, já começam a não achar piada e chegam as primeiras justificações do empresário, proprietário de um franchising de lares de 3ª idade na costa Cantábrica.

4 Outubro 2009 – O Sporting não desata o nó perante o Belenenses e o desespero é tal que Paulo Bento não tem melhor solução do que empurrar Angulo para o campo aos 58 minutos. 32 minutos e mais alguns de compensação depois, Angulo ainda permanecia perdido em campo até que Paulinho veio buscar o saco com as bolas e reparou no espanhol a olhar para o horizonte. “Oh… Oh Miguel Ângelo… anda lá, pá, depois fica frio e constipas-te”, disse-lhe o afável roupeiro. E Angulo, confuso, aceitou a proposta sem perceber uma palavra dita por Paulinho. Paulinho, com alguma tristeza, confidenciou que Angulo “parecia um maluco a olhar para o ar”.

22 Outubro 2009 – Na Letónia ocorre a verdadeira coroa de glória deste período da história de Angulo: num momento de soberba inspiração Andrésdiazesca, Angulo entra aos 88 minutos e vê um amarelo aos 89 minutos. Não, não era a cor das suas ceroulas, era mesmo um cartão amarelo. E assim Angulo disse “presente!” à Europa do futebol. Pelo menos, achamos nós que ele disse: ele empapou tanto a sua fala entre a expectoração que não deu para perceber bem.

5 Novembro 2009 – Dizem que Paulo Bento saiu por isto ou por aquilo, mas a verdade é que Paulo Bento, saturado, fez uma jogada de tudo-ou-nada: “aposto o meu emprego em como hoje o espanhol vai deslumbrar a massa associativa”. Todos nós sabemos o desfecho. Angulo entrou ao intervalo e brindou todos os presentes com uma perfeita demonstração de nulidade futebolística, logo perante esse monstro do futebol chamado Ventspils. Há quem lhe chame arte minimalista.

8 Novembro 2009 – O último capítulo da saga trepidante do ancião asturiano dentro das quatro linhas. Angulo, fiel às suas convicções, entra para novos 45 minutos de geometria estática em Vila do Conde. A equipa passa do 2-0 ao 2-2. Definitivamente, Angulo esquecera-se de jogar à bola e também dos medicamentos contra o Alzheimer em Alcochete. Leonel Pontes encolhe os ombros e deixa o problema da argália de Angulo para o próximo treinador resolver.

5 Dezembro 2009 – Estava Angulo a ter a um mês tranquilo, realizando o seu treino personalizado sem condicionamentos, ou seja, cinco minutos diários de passeio em passos moderados de uma bandeirola de canto ao primeiro poste sem recurso a canadianas, quando Carvalhal se acerca dele e lhe entrega uma nota de despejo. O decano espanhol demora algum tempo a perceber o que lhe estavam a dizer, mas depois de tomar a medicação finalmente arruma o penico e as pilhas do pacemaker na bagagem e despede-se de Lisboa. Tinham sido 231 intensos minutos em 7 jogos e, valha a verdade, Angulo já se sentia exausto e sem vontade para sequer jogar um dominózito no Jardim da Estrela. Pelo menos, esta saga lusitana deu-lhe material suficiente para contar uma notável história para adormecer aos seus netinhos – um material soporífero ao nível daquele que arrastou pelos campos durante este curto, mas significativamente marcante, trimestre.

domingo, dezembro 06, 2009

The Darko Diaries

Olá.

Meu nome é Darko Butorovic e sou croata. Lembrar-se-ão de mim como lateral direito do FC Porto e do Farense. Ao serviço de ambas as colectividades atingi a simpática fasquia de 10 jogos na Liga Portuguesa.
















Gostaria de ter jogado mais, mas tive a feroz concorrência de titãs como Carlos S. e Rui Eugénio, o "Pigmeu". Era assim que eu lhe chamava. Normalmente ele respondia com "croata filho da p***", porém sempre preferi ser tratado por "Darko, a Ameácia da Dalmácia".
Infelizmente só o Mielcarski é que me chamava isso, mas como o polaco dividia o tempo entre a enfermaria, o hospital e o sanatório, acho que só o vi duas vezes na vida. Uma foi no treino onde se lesionou no joelho direito, e outro foi no treino onde perdeu a orelha esquerda. Primeiro pensámos que fosse lepra, mas depois viemos a saber que era apenas uma variante estranha da peste bubónica. Quando soubemos que nos tínhamos enganado, eu e o João Manuel Pinto rimo-nos muito. Adoro diagnósticos errados. Bons tempos.

Por esta altura, os caros leitores já devem estar a interrogar-se sobre o que farei eu neste escabroso blog. Pois bem, hoje recebi o meu primeiro computador (obrigado, Mamã), e o Cromos da Bola, SAD foi generoso o suficiente para me endereçar este singelo convite para escrever umas tretas avulsas. Na verdade, foi o primeiro convite que recebi de um site da internet, desde que o interracialtranssexualwhores.com me perguntou se não queria ser a estrela de um filme deles. Eu disse, "nem pensem nisso, sou muito fraquinho em frente a uma câmara! se quiserem provas, vejam estes dez jogos de futebol nos arquivos da RTP Portugal", e dei lhes as datas. Não me voltaram a ligar...mas eu enviei-lhes o contacto do Chippo. Parece-me que será mais indicado para o que eles pretendem.
















Porém, os administradores e accionistas maioritários do blog pediram-me para fazer uma breve resenha dos meus tempos como artista do cautchú neste País irmão. Assim sendo, não irei divagar demasiado.

Cheguei ao Porto na época de 96/97, supostamente para substituir um eloquente senhor chamado Broas, que actuava na minha posição. O meu concorrente directo era o tímido Neves, um bom rapaz, que teria sido um bom jogador caso tivesse nascido com jeito para jogar à bola. Mas era peixe miúdo comparado comigo, coitado. Escusado será dizer que após meia-dúzia de treinos o meti no bolso. É que...Santo Deus de Virovitičko-Podravska, o pobre do Neves cruzava tão mal, que cada vez que metia o pé à bola, um anjo caía do Céu e a santa face do Senhor enchia-se de lágrimas.

No entanto, por algum motivo que não consegui descortinar, o mijter não confiava no meu toque sedoso e estóico posicionamento defensivo, e enfiou um miúdo cheio de brilhantina a jogar na minha posição. Eu não tenho nada contra o Krstic ou o Lopes da Silva, mas o petiz vinha do insalubre Felgueiras! Quem era ele à beira do condecorado "Darko, a Ameácia da Dalmácia"?
Obviamente que fiz aquilo que nós croatas melhor sabemos fazer: amuei. (pensavam que ia dizer "genocídio de massas"? tristes.)

O mijter voltou a não apreciar o meu balcânico beicinho, e recambiou-me para Split via empréstimo. Mas Darko não gosta de empréstimos. Boicotei aquele que seria o regresso triunfal ao País que teve o privilégio de me ver nascer, quando recusei tomar parte das tradicionais festividades de Natal em Split - lutas de cães até à morte, com o intuito de angariar fundos para caridade e compra de armas brancas. O povo não gostou, chamaram-me egoísta. "As crianças precisam de ti!", vociferavam eles. Mas mal sabiam eles que este acto teria sido premeditado - queria voltar a Portugal, provar que merecia jogar na equipa de Lars Eriksson! Claro que depois dos tumultos que provoquei com a minha nega (morreram 15 pessoas só no Condado de Koprivnička-Križevci no meio dos confrontos), teria que voltar a Portugal. O meu plano resultara.

Na realidade, não foi bem assim. É verdade, Darko estava de regresso ao Porto para mostrar toda a sua divindade canalizada pela lateral direita, mas o Presidente tinha também resgatado outro grande futebolista para disputar comigo o lugar no plantel até à morte. Um croata está sempre pronto para dar a vida pela titularidade, reafirmei eu para quem quisesse ouvir.
Durante quatro semanas refinei as minhas tácticas de guerra. Li Sun-Tzu, tirei um breve cursito em armas de destruição maciça, investi num workshop com um puto chamado Gilles Binya em Guantanamo (por onde andará ele? era bastante promissor...), e viajei até à Bulgária para um retiro de quinze dias com o monge belicista Trifon Ivanov. Este último curso foi-me especialmente útil, pois aprendi finalmente a comer gatos selvagens crus sem regurgitar. Quando era pequenino na minha terra, sempre que comia gatos, grelhava-os primeiro...passava por mariquinhas, obviamente.















Após este reavivar de velhos conhecimentos, dirigi-me ao mijter na minha melhor pose guerreira, com as mãos tingidas a sangue de urso e catana às costas, e apresentei-me para a disputa da posição de lateral-direito. Quando ele me disse assustado que o lugar iria ser disputado com uma bola nos treinos, fiquei muito desiludido. Darko não gosta de Portugueses - demasiado moles.
Mijter afirmou: "És como o apêndice: és obsoleto, ocupas espaço, e ocasionalmente provocas dor, acabando por ter que ser removido à força."
Amuei, e fui de novo emprestado. Passei fugaz pela Holanda, antes de me enfiarem em Faro.

No início até apreciei a mudança. No Algarve finalmente estava livre de portugueses, e sempre podia arranjar confusão com ingleses bêbedos na noite de Albufeira. Não era a Croácia, mas no meu optimismo, admiti que um ou dois genocídios mensais pudessem ser possíveis.
Com tudo isto, distrai-me um pouco do futebol, e acabei por só vestir por uma vez a camisola do Farense. Com muito orgulho, especialmente porque me enganei e peguei na do Dieb. Assim, os adeptos e adversários não conheciam nem o número, nem o nome, nem a cara. Foi um fiasco. E foi também a minha última aparição na 1ª Divisão Portuguesa (e do Dieb também).















Pouco depois, acabei a carreira, de novo na Croácia natal.
De Portugal, um sabor agridoce, como as entranhas de uma girafa bebé. Momentos bons e maus. Mas vinguei-me da dispensa e da falta de oportunidades na Invicta, quando lhes aconselhei a contratação do Ivica Kralj. Pobres diabos.

Agora sigo a vossa bola de longe, sem grande interesse. Aprecio a forma como os remates de fora da área do Pinheiro fazem o Chaló sonhar, e regozijo-me por ver que o ex-clube de Darko ainda não recuperou da minha extemporânea saída, dez anos volvidos.
Agora têm lá um Sapunaru, para quem um passe longo é um long island ice tea, um passe curto é um mini-bar, e um remate de ressaca é levado à letra.

Agradeço a atenção dos leitores do Cromos da Bola, SAD, ao mesmo tempo que me dá bastante pena o facto de não terem nada melhor para fazer do que ler esta vaga dissertação.

Atentamente,
Darko "a Ameácia da Dalmácia" Butorovic

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Académica para Crianças

Era uma vez...

Um Abazai que se ria
Fosse noite ou fosse dia
dos colegas e do plantel,
como prova a fotografia.

E porque ria Abazai?
Seria do plantel e do entra e sai?
Ou Seria da briosa e do seu futebol em prosa?
Sim, porque em 97-98, jogavam como um doce biscoito
( fazer rimas com numeros tem que se lhe diga..)

E lá estava a Académica a jogar um belo futebol
quer à chuva quer ao sol.

Mas por que se ria Abazai?
pois bem...
Só agora se percebeu o que ia no clube treinado por Romão e Calisto nesse ano.
Se juntarmos as peças cuidadosamente percebemos que:

A culpa era do Mickey que não gostava de Febras ao pequeno almoço.
Para acabar com o problema precisava de algo divino... então foi-se Mounir de uma Cruz e, forte que nem uma Rocha, foi pelos Campos fora a Roma sozinho, tendo-se cruzado com o Abazai pelo caminho.


Moral da história: Treinos de manhã, só com Leite e Cereais.

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