quinta-feira, dezembro 31, 2009
Pegue na Sua Flute e Venha Festejar com Driss
quarta-feira, dezembro 30, 2009
Época de saldos e devoluções prematuras
São Costa também.
segunda-feira, dezembro 28, 2009
O Facebook de Miguel
quinta-feira, dezembro 24, 2009
segunda-feira, dezembro 21, 2009
Doppelgänger, Tomo XXVI
Nuno Lopes é dos actores mais versáteis da nossa praça. Comparo-o a um Carlos Costa, pela forma como tanto desempenha o papel de Bispo como o de Cavalo, neste tabuleiro de xadrez que é o palco da vida. De permeio, podemos ainda apreciar a sua encantadora performance como Dama, absolutamente sem rival - à excepção de Nuno Gomes.
É esta versatilidade, salpicada a toques de génio, que liga estas duas figuras tão lusas: Lopes com os inesquecíveis papéis de "Chato" ou do rústico "tchanam", e Carlos Costa as himself, o auto intitulado "Homem dos Grandes Golos".
Mas curiosamente, o versátil todo-o-terreno ex-Farense não é a ligação mais óbvia de Nuno Lopes com o Mundo da redondinha. Guest starring: António Duarte, ex-Braga.
O stopper da Arrentela assemelha-se claramente a uma tentativa do actor lisboeta de encarnar um guitarrista de uma banda dos anos 70, mas desenganem-se: ele existe, é real - todo ele carne, osso, permanente e bigode. Ou pelo menos já foi.
sexta-feira, dezembro 18, 2009
O Rei Está Vivo!...
quarta-feira, dezembro 16, 2009
Sassaricando
- Cala essa boca, muleque! Você tem de se aprumá prá foto pra colocá aí no seu passaportji, ‘tá ouvindo?
- Mamãe, mas eu quero muito batê uma bola…
- Vamo fazê um negócio aí: você tira uma foto rapidjinho e eu deixo você i jogá pra Portugáu na hora.
- Como é meismo?
- É isso aí! Você se mete bonitjinho para a foto e eu libero você, sacou?
- Oba! Valeu!
- NOSSA! VIGE MARIA! Você é um horrô! E eu sou tão bela… Só podji ter sido da transa mal dada que dei com aquele sujeito do boteco!... Sua vovó bem me avisou!...
- Ué? Que tem?
- Que tem? Você 'tá louco?!? Você já viu bem esse sorriso dji múmia, meu filho? Isso é sorriso que se faça para a objetjiva?
- Oi? Então, estou mostrando minha bela dentjição…
- QUI NADA, MULEQUE!! Isso não é sorri, isso é bancá o atrasadjinho, pô! Você é trouxa pra xuxu! E você já viu esse cabelo? Minha nossa! Pareci um microfôni daqueles que o Fernando Pereira usava nos anos 80…
- Fernando quê? Não tô entendendo…
- Você já vai entendê… vou mandar você para um clube qui tem muito sujeito dji bigodji como esse Fernando Pereira... e pelo nômi, o sujeito é primo dele e tudo...
- Como é?
- É isso aí, garoto. Olha aí, seu novo colega dji time… Você vai vê muita gentji iguau lá no Algarvi ou lá como si chama esse treco…
- Nossa… E essi cara aí é legáu? Sei não…
- Não esquenta, filho! Essi cara aí é tão jóia qui ainda vai produzi um filho com o mesmo nome e tudo…
- Sério?
- Sério meismo. É como si você si chamasse Maria Aparecida da Conceição como eu, mas sem bigodji, que isso é coisa brega dji portuguêis meismo.
- Droga, mamãe! Então lá nos Portugáu toda a gentji tem bigodji?
- Não… também há gentji que abusa do géu…
- Do quê?
- DO GEL! Que babaca você é! Você não entedji portuguêis, não? Olha lá que em Portugáu tem muita gente falando portuguêis…
- Ah, géu, agora ‘tou vendo…
- É, géu. Essi aqui pareci que pegou num ouriço-cachêro em véiz dji pegá no boné ao saí dji casa… Veja só…
- Credo! Pôxa, mamãe, os portuguêsis me assustam…
- Não enche o saco, garoto! Você qué jogá futjibóu ou não?
- Quero sim, mas…
- Então você vai ficar quietjinho e fazê o que lhe djigo, ‘tá ouvindo?!? Só num time como o Farensi é que sua feiura vai passá despercebida.
- Sei não… Farensi mi pareci bem, mas os portuguêsis…
- Olha, não é só portuguêis, não. Também tem estrangêro bom dji bola. Esse aqui é o matadô do time… fica frio com ele, ‘tá ouvindo, garoto?
- Como é meismo? Curcitji? Esse cara é bacano?
- É bom qui seja pra você! Se você se descuidá, ele manda um pontapé no meio das suas pernas e você não vai podê gozá mais no resto de sua vida, não! Te aviso: esse cara aí é fogo, não se deixa iludji pelo cabelo dji anjinho, não. Vai sê o primêro cara que você vai djizê olá e o último a djizê adeus todos os dias, ‘tá entendendo?
- E como é o resto lá no Farensi?
- Olha, você se vai dar muito bem. É só você fazê o que sabe. Tem sol, marisco, bunda gorda na praia e djipois… sei lá, você ainda vai pará a outros grandes times, como o Boavista, o União de Lamas… vai ser muito gostoso… e eu sou sua mamãe, acha que te quero máu?
- Oba! Se é assim, mal posso esperá! Quero i já!
- É… é melhor i depressa que esse seu sorriso me está deixando sem jeito meismo… Vai lá e manda grana prá gentji, ‘tá ouvindo?
- Tji amo, mamãe!
- Eu também amo você, garoto.
quarta-feira, dezembro 09, 2009
360º - Pequena Biografia Não-Autorizada de Angulo
Vamos lá dar então um lamiré pelo insigne percurso lusitano deste verdadeiro meteorito geriátrico.
30 Agosto 2009 – O Sporting resgata Angulo num blitz demoníaco que alvoroçou todo o jardim onde Angulo jogava à malha. Sim, Angulo seria a nova aventura dos leões pelas terras de nuestros hermanos, depois de pérolas tão bem sucedidas como Toñito, Robaina ou Koke. Foi só uma questão de (não) desafiar a História.
Neste radioso dia, Angulo toca com a sua bengala pela primeira vez no chão de Lisboa e as coisas até começam bem: nos testes médicos revela uma saúde invejável e dispensa mesmo a cadeira-de-rodas. Segundo Angulo, o acordo com o Sporting foi muito fácil: explicaram-lhe a táctica, ele disse que gostou e tumba!, o lar de Alvalade contava com mais um residente. Para disfarçar, disse que vinha ganhar títulos, mas até os responsáveis do Sporting acharam que Angulo tinha ido longe demais nesse desejo – a secreta esperança dos dirigentes era apenas não estourar com o depauperado orçamento em fraldas anatómicas.
Assegurou a camisola 17 por ter “a ilusão de um miúdo de 17 anos”. Tudo bem. As camisolas só vão até ao 99 e, portanto, não era possível ter uma camisola com o número de anos futebolísticos reais de Angulo, que seriam 126, no mínimo. E já se sabe como os velhos são chatos quando começam com aquelas cenas nostálgicas, portanto que ficasse lá com a camisola 17.
13 Setembro 2009 – A mui aguardada estreia de Angulo. E logo a titular. Tinham sido registados alguns movimentos animadores nos últimos tempos, com o substantivo “agitação” a ser conotado com Angulo pela primeira vez nos últimos 75 anos. A ansiedade é grande, mas Angulo, muito experiente, treme apenas devido aos primeiros sinais de Parkinson.
O Sporting recebe o Paços de Ferreira. Ao intervalo está 0-0. Paulo Bento quer mudar as coisas e aposta em alguém para sair. Quem? Angulo, claro está, que adormeceu de boca aberta e a babar-se durante a prelecção do mister. Os adeptos procuravam arranjar desculpas para aquilo que (não) viram durante esses inesquecíveis 45 minutos, onde a bola fora rechaçada em trajectórias indizíveis pelos pés conservados em âmbar de Angulo – a mais comum era “ah, ele vem com falta de ritmo”. Não é de todo verdade: Angulo gostava de dançar o seu charlestonzito de vez em quando, quando a ciática não lhe flagelava muito.
17 Setembro 2009 – Um jogador do quilate de Angulo não poderia ficar arredado das grandes luzes da Europa e portanto são-lhe concedidos 8 minutitos em Heerenveen. Um luxo. E não teve muitos reumatismos no pós-jogo. Angulo, com a sua mística particular, ainda contribuiu para distrair a defesa holandesa com os seus espampanantes truques de deixar a bola sair por entres as pernas pela linha lateral, proporcionando a vitória a Liedson.
21 Setembro 2009 – Paulo Bento não conhece a palavra “piedade” e, pérfido, insiste em Angulo para a titularidade no jogo contra o Olhanense, nem 10 dias tinham passado após o seus últimos 45 minutos a titular. Foi quase fatal essa opção. Angulo, sobrecarregado, ia tendo um AVC. Paulo Bento, para não ter que queimar uma substituição devido a falecimento ao intervalo, recolhe Angulo para a caminha logo aos 28 minutos com o placard em 0-2. O Sporting ganha o jogo in-extremis e o plantel tenta reconfortar Angulo, dedicando-lhe a vitória. Mas Angulo não ouviu nada: desde o rebentamento de uma bomba durante a Guerra Civil Espanhola que Angulo possui uma audição muito débil, pese embora a dimensão parabólica das suas orelhas. Os adeptos, contudo, já começam a não achar piada e chegam as primeiras justificações do empresário, proprietário de um franchising de lares de 3ª idade na costa Cantábrica.
4 Outubro 2009 – O Sporting não desata o nó perante o Belenenses e o desespero é tal que Paulo Bento não tem melhor solução do que empurrar Angulo para o campo aos 58 minutos. 32 minutos e mais alguns de compensação depois, Angulo ainda permanecia perdido em campo até que Paulinho veio buscar o saco com as bolas e reparou no espanhol a olhar para o horizonte. “Oh… Oh Miguel Ângelo… anda lá, pá, depois fica frio e constipas-te”, disse-lhe o afável roupeiro. E Angulo, confuso, aceitou a proposta sem perceber uma palavra dita por Paulinho. Paulinho, com alguma tristeza, confidenciou que Angulo “parecia um maluco a olhar para o ar”.
22 Outubro 2009 – Na Letónia ocorre a verdadeira coroa de glória deste período da história de Angulo: num momento de soberba inspiração Andrésdiazesca, Angulo entra aos 88 minutos e vê um amarelo aos 89 minutos. Não, não era a cor das suas ceroulas, era mesmo um cartão amarelo. E assim Angulo disse “presente!” à Europa do futebol. Pelo menos, achamos nós que ele disse: ele empapou tanto a sua fala entre a expectoração que não deu para perceber bem.
5 Novembro 2009 – Dizem que Paulo Bento saiu por isto ou por aquilo, mas a verdade é que Paulo Bento, saturado, fez uma jogada de tudo-ou-nada: “aposto o meu emprego em como hoje o espanhol vai deslumbrar a massa associativa”. Todos nós sabemos o desfecho. Angulo entrou ao intervalo e brindou todos os presentes com uma perfeita demonstração de nulidade futebolística, logo perante esse monstro do futebol chamado Ventspils. Há quem lhe chame arte minimalista.
8 Novembro 2009 – O último capítulo da saga trepidante do ancião asturiano dentro das quatro linhas. Angulo, fiel às suas convicções, entra para novos 45 minutos de geometria estática em Vila do Conde. A equipa passa do 2-0 ao 2-2. Definitivamente, Angulo esquecera-se de jogar à bola e também dos medicamentos contra o Alzheimer em Alcochete. Leonel Pontes encolhe os ombros e deixa o problema da argália de Angulo para o próximo treinador resolver.
5 Dezembro 2009 – Estava Angulo a ter a um mês tranquilo, realizando o seu treino personalizado sem condicionamentos, ou seja, cinco minutos diários de passeio em passos moderados de uma bandeirola de canto ao primeiro poste sem recurso a canadianas, quando Carvalhal se acerca dele e lhe entrega uma nota de despejo. O decano espanhol demora algum tempo a perceber o que lhe estavam a dizer, mas depois de tomar a medicação finalmente arruma o penico e as pilhas do pacemaker na bagagem e despede-se de Lisboa. Tinham sido 231 intensos minutos em 7 jogos e, valha a verdade, Angulo já se sentia exausto e sem vontade para sequer jogar um dominózito no Jardim da Estrela. Pelo menos, esta saga lusitana deu-lhe material suficiente para contar uma notável história para adormecer aos seus netinhos – um material soporífero ao nível daquele que arrastou pelos campos durante este curto, mas significativamente marcante, trimestre.
domingo, dezembro 06, 2009
The Darko Diaries
Meu nome é Darko Butorovic e sou croata. Lembrar-se-ão de mim como lateral direito do FC Porto e do Farense. Ao serviço de ambas as colectividades atingi a simpática fasquia de 10 jogos na Liga Portuguesa.
Gostaria de ter jogado mais, mas tive a feroz concorrência de titãs como Carlos S. e Rui Eugénio, o "Pigmeu". Era assim que eu lhe chamava. Normalmente ele respondia com "croata filho da p***", porém sempre preferi ser tratado por "Darko, a Ameácia da Dalmácia".
Infelizmente só o Mielcarski é que me chamava isso, mas como o polaco dividia o tempo entre a enfermaria, o hospital e o sanatório, acho que só o vi duas vezes na vida. Uma foi no treino onde se lesionou no joelho direito, e outro foi no treino onde perdeu a orelha esquerda. Primeiro pensámos que fosse lepra, mas depois viemos a saber que era apenas uma variante estranha da peste bubónica. Quando soubemos que nos tínhamos enganado, eu e o João Manuel Pinto rimo-nos muito. Adoro diagnósticos errados. Bons tempos.
Por esta altura, os caros leitores já devem estar a interrogar-se sobre o que farei eu neste escabroso blog. Pois bem, hoje recebi o meu primeiro computador (obrigado, Mamã), e o Cromos da Bola, SAD foi generoso o suficiente para me endereçar este singelo convite para escrever umas tretas avulsas. Na verdade, foi o primeiro convite que recebi de um site da internet, desde que o interracialtranssexualwhores.com me perguntou se não queria ser a estrela de um filme deles. Eu disse, "nem pensem nisso, sou muito fraquinho em frente a uma câmara! se quiserem provas, vejam estes dez jogos de futebol nos arquivos da RTP Portugal", e dei lhes as datas. Não me voltaram a ligar...mas eu enviei-lhes o contacto do Chippo. Parece-me que será mais indicado para o que eles pretendem.
Porém, os administradores e accionistas maioritários do blog pediram-me para fazer uma breve resenha dos meus tempos como artista do cautchú neste País irmão. Assim sendo, não irei divagar demasiado.
Cheguei ao Porto na época de 96/97, supostamente para substituir um eloquente senhor chamado Broas, que actuava na minha posição. O meu concorrente directo era o tímido Neves, um bom rapaz, que teria sido um bom jogador caso tivesse nascido com jeito para jogar à bola. Mas era peixe miúdo comparado comigo, coitado. Escusado será dizer que após meia-dúzia de treinos o meti no bolso. É que...Santo Deus de Virovitičko-Podravska, o pobre do Neves cruzava tão mal, que cada vez que metia o pé à bola, um anjo caía do Céu e a santa face do Senhor enchia-se de lágrimas.
No entanto, por algum motivo que não consegui descortinar, o mijter não confiava no meu toque sedoso e estóico posicionamento defensivo, e enfiou um miúdo cheio de brilhantina a jogar na minha posição. Eu não tenho nada contra o Krstic ou o Lopes da Silva, mas o petiz vinha do insalubre Felgueiras! Quem era ele à beira do condecorado "Darko, a Ameácia da Dalmácia"?
Obviamente que fiz aquilo que nós croatas melhor sabemos fazer: amuei. (pensavam que ia dizer "genocídio de massas"? tristes.)
O mijter voltou a não apreciar o meu balcânico beicinho, e recambiou-me para Split via empréstimo. Mas Darko não gosta de empréstimos. Boicotei aquele que seria o regresso triunfal ao País que teve o privilégio de me ver nascer, quando recusei tomar parte das tradicionais festividades de Natal em Split - lutas de cães até à morte, com o intuito de angariar fundos para caridade e compra de armas brancas. O povo não gostou, chamaram-me egoísta. "As crianças precisam de ti!", vociferavam eles. Mas mal sabiam eles que este acto teria sido premeditado - queria voltar a Portugal, provar que merecia jogar na equipa de Lars Eriksson! Claro que depois dos tumultos que provoquei com a minha nega (morreram 15 pessoas só no Condado de Koprivnička-Križevci no meio dos confrontos), teria que voltar a Portugal. O meu plano resultara.
Na realidade, não foi bem assim. É verdade, Darko estava de regresso ao Porto para mostrar toda a sua divindade canalizada pela lateral direita, mas o Presidente tinha também resgatado outro grande futebolista para disputar comigo o lugar no plantel até à morte. Um croata está sempre pronto para dar a vida pela titularidade, reafirmei eu para quem quisesse ouvir.
Durante quatro semanas refinei as minhas tácticas de guerra. Li Sun-Tzu, tirei um breve cursito em armas de destruição maciça, investi num workshop com um puto chamado Gilles Binya em Guantanamo (por onde andará ele? era bastante promissor...), e viajei até à Bulgária para um retiro de quinze dias com o monge belicista Trifon Ivanov. Este último curso foi-me especialmente útil, pois aprendi finalmente a comer gatos selvagens crus sem regurgitar. Quando era pequenino na minha terra, sempre que comia gatos, grelhava-os primeiro...passava por mariquinhas, obviamente.
Após este reavivar de velhos conhecimentos, dirigi-me ao mijter na minha melhor pose guerreira, com as mãos tingidas a sangue de urso e catana às costas, e apresentei-me para a disputa da posição de lateral-direito. Quando ele me disse assustado que o lugar iria ser disputado com uma bola nos treinos, fiquei muito desiludido. Darko não gosta de Portugueses - demasiado moles.
Mijter afirmou: "És como o apêndice: és obsoleto, ocupas espaço, e ocasionalmente provocas dor, acabando por ter que ser removido à força."
Amuei, e fui de novo emprestado. Passei fugaz pela Holanda, antes de me enfiarem em Faro.
No início até apreciei a mudança. No Algarve finalmente estava livre de portugueses, e sempre podia arranjar confusão com ingleses bêbedos na noite de Albufeira. Não era a Croácia, mas no meu optimismo, admiti que um ou dois genocídios mensais pudessem ser possíveis.
Com tudo isto, distrai-me um pouco do futebol, e acabei por só vestir por uma vez a camisola do Farense. Com muito orgulho, especialmente porque me enganei e peguei na do Dieb. Assim, os adeptos e adversários não conheciam nem o número, nem o nome, nem a cara. Foi um fiasco. E foi também a minha última aparição na 1ª Divisão Portuguesa (e do Dieb também).
Pouco depois, acabei a carreira, de novo na Croácia natal.
De Portugal, um sabor agridoce, como as entranhas de uma girafa bebé. Momentos bons e maus. Mas vinguei-me da dispensa e da falta de oportunidades na Invicta, quando lhes aconselhei a contratação do Ivica Kralj. Pobres diabos.
Agora sigo a vossa bola de longe, sem grande interesse. Aprecio a forma como os remates de fora da área do Pinheiro fazem o Chaló sonhar, e regozijo-me por ver que o ex-clube de Darko ainda não recuperou da minha extemporânea saída, dez anos volvidos.
Agora têm lá um Sapunaru, para quem um passe longo é um long island ice tea, um passe curto é um mini-bar, e um remate de ressaca é levado à letra.
Agradeço a atenção dos leitores do Cromos da Bola, SAD, ao mesmo tempo que me dá bastante pena o facto de não terem nada melhor para fazer do que ler esta vaga dissertação.
Atentamente,
Darko "a Ameácia da Dalmácia" Butorovic